ATA DA QUADRAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO SOLENE DA
SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
05.11.1998.
Aos cinco dias do mês de novembro do ano de mil
novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e trinta minutos,
constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear o cinqüentenário da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS, nos termos do
Requerimento nº 79/98 (Processo nº 873/98), de autoria do Vereador Antonio
Hohlfeldt. Compuseram a MESA: o Vereador Luiz Braz, Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre; o Senhor Hamilton Braga, representante do Prefeito
Municipal de Porto Alegre; o Irmão Norberto Francisco Rauch, Reitor da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; o Desembargador Délio
Spalding de Almeida Wedy, representante do Tribunal de Justiça; o Senhor Sérgio
Gilberto Porto, Procurador-Geral da Justiça; o Senhor José Roberto Rodrigues,
representante da Secretaria da Justiça e da Segurança; a Senhora Eliane Meleti,
representante da Secretaria Estadual de Educação; a Senhora Ana Cláudia dos Santos,
representante do Departamento de Esgotos Pluviais; o Vereador Reginaldo Pujol,
3º Secretário da Casa. Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as
presenças dos Senhores Antônio Mário Bianchi, Lauri Garcia Job, Gilberto
Medeiros e Antônio Carlos Jardim, respectivamente, Pró-Reitor de Administração,
Pró-Reitora de Assuntos Comunitários, Pró-Reitor de Extensão e Pró-Reitor
Adjunto de Graduação da PUCRS; do Irmão Elvo Clemente, Presidente da Comissão
do Cinqüentenário e Assessor da Reitoria da PUCRS; do Irmão Faustino João,
Assessor Especial da Reitoria da PUCRS; e do Irmão Moacyr Caetano Empinot,
Assessor da Reitoria da PUCRS. Também, foi registrada a presença do Irmão
Mainard Long e de Diretores, Vice-Diretores, Coordenadores, Professores,
Funcionários e Alunos da PUCRS. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos
para, em pé, ouvirem à execução do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra
aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Antonio Hohlfeldt, em
nome das Bancadas do PSDB e PMDB, historiou acerca da origem do ensino
universitário, durante a Idade Média, traçando paralelo entre as instituições
daquele período e as atualmente existentes e relatando a constituição e
abrangência dos cursos hoje oferecidos pela Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul. O Vereador Adeli Sell, em nome da Bancada do PT, saudou a
Universidade homenageada, discorrendo acerca do trabalho desenvolvido por esta
instituição, através de seus cursos regulares e de atividades comunitárias
paralelas na busca de melhor qualidade de vida para a população. O Vereador
Nereu D’Ávila, em nome da Bancada do PDT, parabenizou o Vereador Antonio
Hohlfeldt pela iniciativa da presente solenidade, destacando a justeza da
homenagem hoje prestada pela Casa e relembrando a participação da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul nos principais momentos da história
gaúcha e brasileira. O Vereador João Carlos Nedel, em nome da Bancada do PPB,
analisou a importância da Igreja Católica Apostólica Romana na formação e
desenvolvimento das áreas da educação e da saúde, afirmando “ser a Igreja
auxiliar indispensável do Estado na busca de uma sociedade saudável, instruída
e com uma escala de valores de alto nível”. O Vereador Carlos Alberto Garcia,
em nome das Bancadas do PSB e do PTB, registrando sua formação na área
educacional, saudou a comunidade docente e discente da PUCRS, pelo transcurso
dos cinqüenta anos de existência dessa Universidade, salientando a importância
da defesa de uma visão educacional embasada nos conceitos de “ensino, pesquisa
e extensão”. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, lembrou sua
vivência pessoal como aluno da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul, declarando ser essa instituição um grande laboratório social onde os
jovens buscam a preparação profissional e uma forma de vida marcada pela
grandeza espiritual. O Vereador Lauro Hagemann, em nome da Bancada do PPS,
tecendo considerações acerca da importância da difusão do conhecimento na
sociedade atual, afirmou ser a PUCRS “um símbolo de Porto Alegre” que
acompanha, com um espírito democrático, as modificações que se processam na
sociedade atual. Durante a manifestação dos Senhores Vereadores, o Senhor
Presidente registrou encontrar-se em tramitação na Casa Projeto de Lei de autoria
do Vereador João Carlos Nedel, que denomina Rua Irmãos Maristas um logradouro
do Bairro Rubem Berta. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a
palavra ao Irmão Norberto Francisco Rauch que, em nome da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, agradeceu a homenagem prestada pela
Casa. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem à
execução do Hino Rio-Grandense, agradeceu a presença de todos e, nada mais
havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às dezessete horas e doze
minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à
hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Luiz Braz e
secretariados pelo Vereador Reginaldo Pujol. Do que eu, Reginaldo Pujol, 3º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Boa tarde, Senhores e Senhoras. Esta
Sessão Solene é destinada a homenagear o cinqüentenário da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, Requerimento nº 79,
Processo nº 873/78, proposição da Mesa Diretora, solicitação do Ver. Antonio
Hohlfeldt.
Convido
para fazer parte da Mesa o Irmão Norberto Francisco Rauch, Reitor da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Desembargador Délio Spalding de
Almeida Wedy, representante do Tribunal de Justiça; Sr. Sérgio Gilberto Porto,
Procurador-Geral da Justiça; Sr. Hamilton Braga, representante do Prefeito Municipal
de Porto Alegre; Dr. José Roberto Rodrigues, representante da Secretaria da
Justiça e da Segurança; Sr.ª Eliane Meleti, representante da Secretaria
Estadual de Educação; Sr.ª Ana Cláudia dos Santos, representante do
Departamento de Esgotos Pluviais. Convidamos todos os presentes para, em pé,
ouvirmos o Hino Nacional.
(Executa-se
o Hino Nacional.)
Todos
nós que, de alguma forma, temos algum vínculo com a Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, neste momento em que estamos iniciando esta
Sessão Solene, sentimos uma certa emoção.
A
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul marcou, pelo menos para
mim, a possibilidade de cursar Jornalismo, na FAMECOS, e tenho realmente
grandes lembranças. Dessas lembranças quero citar aqui, talvez um dos grandes
amigos desta Casa, que deixou saudades, tenho certeza absoluta, para toda a
família da Pontifícia Universidade: o Antoninho, nosso Diretor da FAMECOS, que
tinha um relacionamento, com esta Casa, dos melhores. Eu acredito que na figura
do Antoninho, pelo menos para mim que cursei a FAMECOS e que estive na FAMECOS
durante o período em que o Antoninho era o seu Diretor, há lembranças muito
boas que ficaram exatamente daquela época em que estivemos na Pontifícia
Universidade Católica.
Hoje,
pela manhã, - quero só fazer esse registro, porque acho que é importante,
marcando dois acontecimentos distintos, mas que registram uma fase de
crescimento muito grande da nossa Cidade - nós estivemos na inauguração da nova
fábrica da Coca-Cola e que por incrível que pareça faz 50 anos que a Coca-Cola
existe no Rio Grande do Sul, assim como a Pontifícia Universidade Católica que
hoje comemora 50 anos, fazendo com que possamos estabelecer paralelos entre
estas duas instituições - a Coca-Cola e a Pontifícia Universidade Católica -
vendo que o crescimento da Cidade nesses 50 anos foi exatamente representado
pela grandeza de expoentes, cada um na sua área, a Coca-Cola na área de
refrigerantes e a Pontifícia Universidade Católica na área da Cultura, da Educação,
mas grandes expoentes que marcaram o crescimento da cidade, da nossa Porto
Alegre, do nosso Rio Grande do Sul nesses últimos 50 anos.
Presentes
os Vers. Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Reginaldo Pujol
e João Carlos Nedel.
Para
falar sobre a Pontifícia Universidade Católica e seus 50 anos o proponente
desta Sessão, que teve a aprovação unanime deste Plenário, o Ver. Antonio
Hohlfeldt que falará em nome das Bancadas do PSDB e do PMDB.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Permito-me, Sr. Presidente, saudar com especial carinho o Irmão
Elvo Clemente, que não é apenas um assessor da Reitoria, mas é para mim - assim
como Ver. Luiz Braz, também ex-aluno da FAMECOS -, na falta do Antoninho é,
evidentemente, a referência, porque o Irmão Elvo não há curso na PUC em que ele
já não foi professor. Portanto, todos nós acabamos cruzando em algum momento
pelo nosso Irmão Elvo Clemente.
Senhor
Presidente, prezados Professores, Senhores Diretores, Senhores coordenadores,
em especial a Prof.ª Dóris Hausen, coordenadora do Pós-Graduação da FAMECOS, e
o Prof. Menezes, Vice-Diretor da Graduação da FAMECOS, lembro, neste momento em
que homenageamos e relembramos os 50 anos da presença da PUC em Porto Alegre e
no Rio Grande do Sul, a origem e a importância de uma Universidade.
A
partir de Idade Média, período em que normalmente falamos como um período
negativo para a história, exatamente neste momento em que, por influência de
árabes e por influência da própria Igreja Católica, surgem as primeiras
instituições que, mais tarde, seriam aquelas compatíveis com o que hoje
chamamos de universidades. A característica dessas instituições foi o ensino
universal, o ensino mais abrangente possível, que ultrapassasse preconceitos, que
fosse capaz realmente de preparar aqueles que, depois, viveriam os desafios da
Renascença para entenderem o novo mundo que se desenhava.
Contrariamente,
na experiência brasileira, enquanto a conquista espanhola na América Latina
tomava como seu objetivo inicial a abertura dessas instituições, ainda no
século XVI, no México, depois no reino do Peru, nós tínhamos as duas primeiras
instituições universitárias em terras da América. O Brasil, efetivamente, só
veio conhecer a universidade, como todos os senhores sabem, praticamente no
século XX. Tivemos várias instituições, evidentemente, de nível superior mas,
de fato, a construção de uma universidade deu-se apenas a partir deste século.
Portanto, a nossa história de instituição é extremamente jovem e, talvez, isso
explique os múltiplos desafios que, sucessivamente, nós enfrentamos. De
qualquer maneira, na América Latina como no Brasil, a influência da Igreja
Católica foi importante na formação de cursos superiores. Os jesuítas, depois
de diferentes ordens e, dentre elas, a partir do final do século passado e,
sobretudo, já no século presente, a presença dos Irmãos Maristas que
terminariam por constituir a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul.
Senhor
Presidente, Srs. Diretores, meu prezado Reitor, não para a ciência dos Senhores
que sabem muito bem, mas para os registros dos Anais desta Casa e, sobretudo,
dos companheiros de imprensa que aqui se encontram, lembro de algumas datas que
são significativas para nós, da comunidade da PUC. A partir de 1930 e,
sobretudo, a partir de março de 1931, a Faculdade de Ciências Econômicas, idéia
surgida exatamente dos Irmãos Maristas e, a partir dela, em 1940 - a Faculdade
de Educação; em 1945 - a Escola de Serviço Social e a constituição das
Faculdades Católicas de Porto Alegre; em 1947 - a Faculdade de Direito; em
1948, pelo Decreto 25794, a constituição e o reconhecimento da nossa
universidade. O título de Pontifícia, a partir de 1950, a partir de 1953, a
nossa Faculdade de Odontologia, e os professores nós os encontramos aqui, com
quem tive o prazer de dialogar num desses dias, bastante tempo, num programa de
televisão.
A
partir de 1957, o início do sonho do que hoje é a concretização absoluta da
nossa cidade universitária, ali ao lado do Colégio Champagnat; os prédios,
inaugurados em 1962; a inauguração formal, em 1968; a nossa FAMECOS, a partir
de 1964; e aquele episódio que tantas vezes tem sido relembrado por
companheiros jornalistas ou radialistas, que, já profissionalizados, fizeram
questão, graças à liderança, dentre outros, do Alberto André, de irem para os
bancos escolares e “aprenderem” a arte da comunicação, esse desafio tão
complicado e, ao mesmo tempo, tão importante na sociedade moderna; em 1975, a
Faculdade de Medicina.
Mas,
nesse entretempo, a PUC resolveu lançar a âncora mais longe: a partir de 1966,
nós chegávamos em Uruguaiana, com a construção agregando ao campus que lá
existia e que se tornava o Campus II da nossa PUC; em 1966, a criação da
Faculdade de Zootecnia, naquela região; em 1968, a Faculdade de Ciências
Contábeis e Administração. E em Porto Alegre a PUC não parava de crescer: em
1969, o Instituto de Teologia; em 1977, o Instituto de Informática; em 1993, a
Faculdade de Farmácia; em 1993 também, o nosso curso de Ciências Aeronáuticas
e, provavelmente, o curso mais recente, a nossa Faculdade de Arquitetura, dois
anos atrás.
Os
nossos cursos de pós surgiram a partir de 1970, e eu me permito lembrar aqui
esse projeto, do qual, como aluno e como professor, tenho orgulho muito grande
de participar hoje no âmbito da nossa Pontifícia Universidade Católica, que é o
Projeto da PUC Ano 2.000. Eu digo como aluno porque, certamente, esse projeto
permitiu que a PUC definisse, com clareza, uma linha pedagógica, uma linha de
expansão e de abertura de cursos, dando ênfase à área do pós e, sobretudo, à
área da pesquisa, buscando transformar, efetivamente, uma universidade, não
apenas numa academia fechada, mas numa instituição capaz de gerar pesquisa que
chegue até a comunidade e que nela produza frutos.
Quero
destacar, dentre tantos outros projetos, esse que cada vez mais admiro, que é o
Projeto Pró-Mata, que, certamente, tem um significado muito grande para o
Estado do Rio Grande do Sul e que vai, cada vez mais, marcar o nome da nossa
universidade.
O
Projeto 2.000 também é um projeto muito específico de uma universidade que é
capaz de investir em professores de uma maneira que, ao menos aqui no Rio
Grande, eu não conheço, Irmão Norberto, outra universidade que o faça.
Certamente nossas co-irmãs também têm projetos de incentivo para que os
professores façam os seus cursos de Pós-Graduação, como Mestrandos ou
Doutorandos, mas nenhuma tem dado tantas condições aos nossos professores de
desempenharem esses cursos como a PUC tem colocado, dispensando dias-aulas,
mantendo salários, viabilizando a manutenção dos laços profissionais dos
professores e, sobretudo, garantindo o seu mercado de trabalho, porque não
adianta nada nós investirmos nos professores e eles não terem, depois, a
garantia da continuidade do seu trabalho como Mestres dentro da própria
instituição onde se formaram e onde, até então, haviam atuado.
Quero
registrar isso, Irmão Norberto, para dizer, como Professor e como aluno, do
nosso agradecimento, não somente em meu nome pessoal, mas como Vereador desta
Cidade de Porto Alegre quero poder fazê-lo em nome da Cidade de Porto Alegre,
do Estado do Rio Grande do Sul e diria, também, em nome de muitos brasileiros,
de muitos latino-americanos, de muitos companheiros de Terceiro Mundo e
,talvez, até de outros continentes de Primeiro e Segundo Mundos, que vêm aqui
fazer os seus programas de Extensão, de Mestrado e de Doutorado nos diferentes
institutos, nos diferentes espaços que a PUC oferece a todos os interessados.
Os programas de Convênios Internacionais, as atividades comunitárias que a prezada Lauri Job, nossa companheira da Faculdade de Comunicação, desenvolve, hoje, junto à Reitoria, dentro e fora do Campus, enfim, tantos trabalhos como a Assistência Jurídica Gratuita da Faculdade de Direito, o Projeto de Assistência Odontológica Gratuita àqueles que necessitam. Todas essas atividades, que muitas vezes a comunidade até desconhece e que gradualmente vão sendo reconhecidas, marcam a PUC como uma instituição que realmente ela não é: uma academia fechada, não é uma Universidade voltada para si mesma, e que, sobretudo, mantém seus elos com a comunidade, não só com a comunidade de Porto Alegre, embora seja aqui, nesta Casa dos representantes da Cidade, que nós estejamos, hoje, a homenagear essa Instituição.
Eu
queria, Irmão Norberto, através de sua pessoa, agradecer como ex-aluno de
FAMECOS, como o Ver. Luiz Braz, como ex-aluno do Curso de Letras, no Mestrado e
no Doutorado, e dizer que o convívio com a PUC foi muito importante e, como
Professor que já fui, não apenas na PUC, mas em outras universidades, dizer que
me honra, profundamente, poder integrar-me a essa comunidade.
Espero
que esses 50 anos, que estamos marcando, hoje, sejam apenas uma etapa mínima de
uma longa vida que essa Universidade, pontifícia, possa desenvolver ao longo do
tempo. Parabéns! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos também registrar as presenças
dos Vereadores Lauro Hagemann, Nereu D’Ávila e Isaac Ainhorn. Queremos
cumprimentar, como extensão de Mesa, a Pró-Reitora de Assuntos Comunitários,
Sr.ª Lauri Garcia Job; o Pró-Reitor de Administração, Sr. Antônio Mário
Bianchi; o Pró-Reitor de Extensão Sr. Gilberto Medeiros; o Pró-Reitor Adjunto
de Graduação Sr. Antônio Carlos Jardim; o Presidente da Comissão do
Cinqüentenário e Assessor da Reitoria Irmão Elvo Clemente; o Assessor Especial
da Reitoria, Irmão Faustino João; o Assessor da Reitoria, Irmão Moacyr Caetano
Empinot e os Diretores e Vice-Diretores, Coordenadores, Professores,
Funcionários, Alunos, Amigos e demais convidados. Também faço questão de
registrar a presença de uma outra pessoa que prezo muito na Pontifícia
Universidade Católica, que é o irmão Mainard Long, que, na minha opinião, é o
melhor professor que eu pude encontrar. É um prazer recebê-lo aqui, Irmão
Mainard.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra em nome da Bancada do PT.
O SR. ADELI SELL: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores tenho a satisfação
de aqui trazer a nossa palavra de carinho e consideração por esta importante
Instituição de Ensino do nosso Município, do nosso Estado e do nosso País, e
como já foi dito pelo proponente desta homenagem, Ver. Antonio Hohlfeldt, de
muitas pessoas e cidadãos do mundo.
É,
para nós, uma grande satisfação poder prestar esta homenagem a uma Instituição
que não apenas tem seus cursos regulares, vários deles aqui nominados, com uma
longa trajetória, mas terem preparados homens públicos, pessoas que
cotidianamente deram muito de si para o desenvolvimento da educação, da
ciência, enfim, o desenvolvimento pleno da nossa Cidade, do nosso Estado e fora
das nossas fronteiras. Mas também pelo volume de trabalho que a PUC tem
prestado fora dos cursos corriqueiros, dos cursos normais, desde atividades em
defesa do ambiente, comunitárias, enfim, uma gama de atividades que só
engrandece as pessoas e torna-as cidadãs do mundo. Por isso queremos marcar a
nossa homenagem e a nossa consideração à Pontifícia Universidade Católica e a
todos aqueles que, juntos como uma comunidade, como uma equipe, trabalham e
formam esse grande tesouro que é a Universidade Católica de Porto Alegre.
É
preciso, neste final de século, início de um novo milênio, quando atravessamos
dificuldades em todo mundo, onde a educação e o ensino de 3º grau, infelizmente
são acessíveis a poucas pessoas, com as bolsas de estudo que a Universidade
proporciona em parceria com outras instituições, as formas como a Universidade
vem fazendo para que algumas pessoas que não tenham condições de cursar a
Universidade, em determinados cursos que são importantes e, infelizmente, não
tão valorizados, ela abre espaços para pessoas de menor poder aquisitivo,
fazendo com que seus cursos existam em vários turnos, propiciando para que as
pessoas que trabalham possam estudar no turno da noite ou, trabalhando na
noite, possam cursar pela manhã ou à tarde. Então essa multiplicidade de
atividade e essas várias modalidades empregadas pela PUC, de acesso às pessoas,
têm trazido, sem dúvida alguma, muitos benefícios a nossa coletividade. É assim
que se formam os cidadãos, é assim que uma entidade, um tesouro da nossa
Cidade, uma instituição de fato como é a PUC, tem prestado todos esses serviços
e trazido tantos benefícios a nossa Cidade e a nosso Estado.
A
PUC já nos deu muito, mas, sem dúvida alguma, esperamos muito mais agora,
depois desse meio século de consolidação, muito mais a PUC dará para esta
Cidade e este Estado, fazendo com que a educação, a cultura, a construção da
cidadania estejam sempre presente em toda e qualquer ação da Universidade em
cada ato, em cada trabalho, em cada esforço de seus professores, diretores,
enfim, da comunidade da Pontifícia Universidade Católica.
O
meu abraço a todos e, assim, abraço toda a Instituição Pontifícia Universidade
Católica. Parabéns. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Nereu D’Ávila, pelo PDT.
O SR. NEREU D’AVILA: (Saúda os componentes da Mesa.) Peço
permissão para reprisar, em especial o homenageado, Irmão Norberto Rauch que,
simbolicamente representa a autoridade máxima na PUC; peço licença, também,
para reiterar a presença do Délio, lá da nossa Soledade e meu amigo pessoal;
peço escusas a todos para saudar, especialmente, a pedido da minha filha que é
Presidente do Diretório Acadêmico do Serviço Social, o Prof. Jairo Mello,
Diretor do Serviço Social. Através dele estendo a saudação a todos os demais
diretores, professores, representantes do corpo docente, discente, demais
autoridades e amigos da Pontifícia Universidade Católica, enfim, todos que
admiram o trabalho maravilhoso que ao longo destes cinqüenta anos de vida esta
instituição presta a Porto Alegre e ao Rio Grande.
Em
nome da Bancada do PDT da qual sou Líder e que é composta pelo Ver. Isaac
Ainhorn, que está presente, Vereadores Pedro Ruas e Elói Guimarães, nós nos
somamos a esta iniciativa louvável do também professor, para nosso orgulho,
nós, pares de Antonio Hohlfeldt, a sua iniciativa de não deixar passar em
branco as diversas festividades que estão sendo, com muita alegria, somadas
oficialmente à Câmara Municipal de Porto Alegre que representa o conjunto da
sociedade porto-alegrense, que representa todos as instâncias da sociedade
porto-alegrense, através de seus trinta e três Vereadores. A capital do Estado
não poderia deixar de se manifestar, além de Santa Catarina para onde se
espraiaram muitos e muitos ex-alunos, hoje, homens e mulheres de destaques na
sociedade onde convivem, como professores, políticos, representantes nas
Câmaras e Assembléias.
Em
Santa Catarina conhecemos mais de uma centena de ex-alunos das nossas
Universidades, quer da PUC quer da UFRGS, na qual tive o privilégio de me
formar advogado. A convivência entre nós, desde as gerações anteriores, desde
quando a PUC se situava junto ao Colégio Rosário já, naquela época, da qual,
certamente, o Ver. Reginaldo Pujol falara, nós da UFRGS nos irmanávamos com os
estudantes da PUC às reivindicações que as gerações que iriam se suceder nas
suas visões políticas, que são as gerações que freqüentam os bancos acadêmicos,
são aqueles que não sonham somente com as utopias, mas que são a esperança dos
povos, e que muitas dessas utopias são realizadas, e realizáveis, através dos
tempos e através da História.
Então,
gerações e gerações se sucederam, tivemos a luta do “Petróleo é Nosso”, que na
década de cinqüenta, empolgou toda uma geração; ou foi a luta, antes da
redemocratização, depois do Estado Novo; depois a luta das “Diretas Já”, no
regime autoritário; passando por lutas como a de 1961, onde, no Rio Grande do Sul,
na Praça da Matriz, uma voz uníssona, ao lado do Governador Brizola, uniu-se
pela legalidade da posse de um Presidente eleito - os militares não queriam a
sua ascensão ao poder e os acadêmicos da PUC e da UFRGS, irmanados a outras
universidades da Grande Porto Alegre, se fizeram presentes nesses grandes
movimentos populares, que mais do que reivindicações de massa, ficaram
inculcados definitivamente ao longo da nossa história, pontilhando com honra e
glória toda uma luta. Às vezes, nos movimentos populares foram derrotados, como
foi o caso de 1964; mas, muitas vezes, como o das “Diretas Já”, em 1984, viu-se
o povo vitorioso através da volta do voto direto, do sufrágio universal.
São
altos e baixos, idas e vindas, são fluxos e refluxos, como os dos oceanos e
mares, como as marés que vão e que vêm, é o movimento da sociologia política,
da sociologia dos povos, da sociologia da própria história. Vitórias, derrotas,
alternâncias, frustrações.
Tudo
isso, ao longo desses 50 anos, a Pontifícia Universidade Católica, embora uma
Universidade privada e com conteúdo em cima de uma religiosidade, os seus
alunos e as suas direções, ao longo do tempo, nunca sufocaram a ansiedade dos
seus alunos nas suas mais legítimas reivindicações e nas suas díspares
posições, quer política, quer filosóficas, quer doutrinárias. Exatamente aí,
neste ponto, é que se situa e se ampara a convivência democrática, no embate
das suas contradições, no contraditório que, nós advogados e juristas, tanto
preservamos. Democracia sem contraditório não é democracia, é autoritarismo, é
unanimidade e é burra, como dizia Nélson Rodrigues.
Por
isso, essas instâncias todas , ao longo desses 50 anos, que caiu nas mãos dos
atuais professores, sob a liderança do ilustre Diretor Francisco Norberto
Rauch, não deslustram e não devem jamais trair aquilo que ficou no passado,
porque, se no passado muitas vezes devem ficar sepultadas as coisas ruins e não
devem servir de exemplo, muitas devem servir de espelho para que não se cometam
os mesmos erros no futuro. O Brasil, por exemplo, depois de um período
autoritário recente de vinte e tantos anos, embora hoje saiba-se que estamos
mergulhados em grave crise econômica e social, devemos nos ufanar, todos nós
que lutamos pela volta da redemocratização, pela volta da democracia, pela
volta dos embates das idéias, pelo não-carimbo de quem fica mais à esquerda ou
mais à direita, de quem não tem o direito legítimo de se pronunciar, e fica ao
crivo da sociedade o carimbo final de quem é quem nos mecanismos democráticos,
que devemos preservar a todo e qualquer custo.
Por
isso, senhores representantes da Pontifícia Universidade Católica, são cinco
décadas de lutas, certamente de muitas vitórias, certamente de muitas
frustrações e até mesmo de muitas derrotas na consecução de muitos objetivos
frustrados, mas é exatamente aí que impulsionam-se as almas e os corações
bem-intencionados para catapultarem-se para a frente, para o alto, para o bem,
para a glória.
Parabéns
por esses cinqüenta anos a essa gloriosa Pontifícia Universidade Católica.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra, pela Bancada do PPB.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Na condição de representante da
Bancada do PPB, que tenho a honra de integrar, ao lado de meus companheiros, os
ilustres Vereadores João Dib e Pedro Américo Leal, bem como na condição de
católico praticante, que tenho a graça de ser, eu deveria, talvez, seguir a
rotina habitual em ocasiões como esta, tecendo considerações genéricas,
exaltando as qualidade da PUC, que comemora 50 anos de fundação, desejando-lhe
êxito futuro, extensivo aos corpos docentes e discente.
Embora,
de fato, desejando esse êxito, deixo de lado, entretanto, as apreciações
qualificativas da PUC em si, que outros Vereadores já fizeram ou farão, para me
deter numa rápida análise sobre uma questão da maior relevância, até porque
dela a PUC é parte integrante.
Colho
de L´Osservatore Romano o seguinte excerto de discurso pronunciado por Sua
Santidade, o Papa João Paulo II, dirigindo-se dirigindo-se aos jovens
integrantes do Congresso Internacional Universitário. “A convicção de que a
Universidade é um lugar privilegiado, no qual se plasma o futuro da sociedade,
impele-vos a estudar com coragem as temáticas para os destinos da humanidade.
Bem sabeis que só o empenho pessoal, inspirado nos valores evangélicos, pode
fornecer respostas adequadas aos grandes interrogativos do tempo presente. A
cultura autêntica, com efeito, é antes de tudo um apelo que ressoa no profundo
da consciência e obriga a pessoa a melhorar a si mesma, para aperfeiçoar a
sociedade. O cristão sabe que existe um nexo inseparável entre a verdade, ética
e responsabilidade. Por isso, ele sente-se responsável diante da verdade, ao
serviço da qual põe em jogo a própria liberdade pessoal.”
Ora,
Senhores. Não é esta a primeira vez - e certamente não será a última - em que,
desta tribuna, venho ressaltar a importância da Igreja Católica Apostólica
Romana na formação e desenvolvimento de dois campos essenciais da vida
brasileira, como sejam a Educação e a Saúde. Esse trabalho realizado pela
Igreja Católica, de forma pioneira desde o início da vida nacional, depois
acompanhado por outras confissões cristãs, teve sempre - e tem ainda - uma
finalidade, integrada mas não substitutiva a do Estado, pois a este cabe
finalmente a responsabilidade, que é a de dar ao povo a condição de pleno
desenvolvimento físico e intelectual. No cumprimento desse propósito, então, a
Igreja espalhou pelo Brasil escolas, missões, postos de saúde e hospitais, que
hoje são sustentáculo dos sistemas de saúde e de educação do País. Esses
estabelecimentos, entretanto, sempre tiveram um diferencial importante em relação
aos demais do gênero: são sempre dirigidos e orientados por religiosos e
religiosas e complementam o trabalho regular de educação ou saúde com a
evangelização, que visa à plenitude do homem, pela descoberta do sentido da
vida, em meio aos outros homens, e de sua destinação transcendental.
Desse
modo, tem sido a Igreja auxiliar indispensável do Estado na busca de uma
sociedade saudável, instruída e com uma escala de valores de alto nível.
Mas
os tempos têm trazido mudanças que tendem a abalar a continuidade desse
trabalho de tão expressiva magnitude. Hoje já não se vêem hábitos e batinas
circulando pelos corredores de escolas e hospitais.
E
a impressão que tem o observador menos atento é de que a Igreja Católica deles
desapareceu, quando o que de fato desapareceram foram os hábitos e as batinas,
mas não os religiosos e religiosas.
É
bem verdade, no campo específico da educação, que a missão de evangelizar pelo
ensino perdeu parte de seu vigor, em conseqüência das transformações seculares,
que desviaram a atenção do homem do transcendental para o pragmático,
atribuindo-lhe uma visão e uma atitude mais egoístas e menos responsáveis
socialmente.
Em
razão disso, escassearam as vocações, tanto religiosas como legais, e os corpos
docentes das escolas católicas se ressentem hoje da falta de professores
autenticamente católicos, capazes de assumir, com a Igreja, a Diaconia da
Verdade e a vertebração do cristianismo pelo universo estudantil, não apenas
pela transmissão da palavra, mas também e principalmente pelo exemplo de vida e
pelo testemunho da fé.
E
aqui centro minha atenção novamente na PUC. Como PONTIFÍCIA, é templo do saber
e do ensinamento. Como UNIVERSIDADE, abarca, em sua atividade, em extensão e
profundidade, os mais importantes campos do conhecimento humano. E como
CATÓLICA, tem origem e destinação universais. Mas, fruto do conhecimento e dos
novos tempos, seu quadro de professores mudou. A qualidade do ensino, em todas
as áreas, é indesmentível.
O
avanço tecnológico, com o emprego dos mais modernos recursos que a ciência nos
põe à disposição, é cristalino. O preparo de seus professores, do ponto de
vista técnico, é inquestionável. Mas - e esta é uma posição pessoal, não
necessariamente compartilhada por todos meus colegas - falta evangelização, sem
a qual o ensino se nivela ao de qualquer outra escola leiga. Falta exatamente
pela falta de professores assumidamente católicos, cristãos convictos e
praticantes. Nunca, em toda a história da civilização, foi tão necessária aos
jovens a existência de modelos confiáveis e duradouros, pois que, pela ausência
destes, apegam-se a quaisquer ídolos de barro ou de papel, mais frutos virtuais
da mídia do que dos valores ou desvalores que eventual e episodicamente
assumam. Nenhum modelo melhor do que o Professor. E nenhum Professor melhor do
que aquele que agrega à sua capacidade profissional o testemunho da fé cristã.
Não podemos perder de vista os objetivos em razão dos quais a PUC foi criada.
Não podemos nos afastar do serviço de Igreja que a PUC deve realizar. Não podemos
nos permitir o desassossego diante dos desvios de performance que o ensino
universitário vem apresentando ao longo dos últimos anos.
Quero,
então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aproveitar a oportunidade para sugerir
ao Senhor Reitor da PUC a criação de um Curso de Formação e Aperfeiçoamento de
Professores Cristãos, para que se possa dotar as escolas e universidades, entre
elas a própria PUC, de professores que, além da sua capacitação específica,
preencham essa lacuna que, aos poucos, vai se tornando maior em prejuízo dos
alunos e da sociedade como um todo. Para que esta sugestão não se esgote em si
mesma, tornando-se apenas mais um problema para a Reitoria, quero publicamente
colocar-me à sua disposição, senhor Reitor, para colaborar, juntamente com um
grupo de intelectuais católicos militantes, de meu relacionamento pessoal, no
estudo, preparação e até mesmo na implementação do Curso sugerido. Ao lado da
sugestão, assim, fica a nossa disponibilidade para o trabalho.
Isso
feito, Senhor Presidente, quero, agora sim, homenagear e agradecer, em nome da
comunidade porto-alegrense, a todos que, de uma forma ou de outra, ajudaram a
PUC a galgar o patamar de excelência em que hoje se encontra.
E,
ao fazê-lo, evoco a figura memorável e saudosa do grande Mestre e líder Irmão
José Otão, que foi meu Reitor quando, de 1961 a 1964, fiz meu Curso de Ciências
Contábeis e Atuariais.
Parabéns
à PUC pelos seus 50 anos. Parabéns ao seu atual reitor, Irmão Norberto Rauch,
às Diretorias das diversas Faculdades que integram a PUC, aos Professores e
Alunos e, de modo especial, ao enorme grupo de colaboradores de todos os níveis
funcionais, cujo trabalho, no anonimato de cada dia, tem sido, entretanto,
vital para a existência e o desenvolvimento de nossa Universidade.
Que
Deus Nosso Senhor derrame sempre as luzes do Espírito Santo sobre a PUC, sua
Direção e corpos docente e discente, para que, à luz da Sabedoria Divina,
renovem e fortaleçam seu trabalho de ensino e de educação integral do homem
brasileiro. Cristo seja louvado. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Carlos Alberto
Garcia que fala pelo PSB e PTB.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: (Saúda os componentes da Mesa.) Falo em
nome da Bancada do PSB, em meu nome e do Ver. Hélio Corbellini; sinto-me
lisonjeado com a oportunidade que a Bancada do PTB, composta pelos Vereadores
Luiz Braz, Sônia Santos, Tereza Franco, Eliseu Sabino e Paulo Brum, me concedeu
para falar em seu nome.
Sinto-me
muito à vontade para falar em educação, porque a toda a minha formação é de
educação. Ao falar da PUC, sinto-me mais à vontade, ainda, porque meu filho é
estudante da PUC, estuda Engenharia Elétrica, durante dois anos teve a
oportunidade de estagiar no LABEL, Laboratório da PUC. E durante os últimos
quatro anos tem sido campeão brasileiro universitário pela PUC, foi
representante do Brasil na última Universidade na Cecília, Itália.
O
Vereador proponente foi muito feliz, quando colocou na grande missão da
educação, a PUC correu na frente, relativamente a nova LDB, quando implantou
algo que é fantástico e ousado, usando um tema: 1000 para o ano 2000.
Realmente, preocupada com a formação acadêmica dos seus docentes. Porque o
conceito de educação, de universidade sem o tripé: ensino, pesquisa e extensão;
sem uma dessas bases, fica um ensino capenga. E a PUC teve e tem esta
preocupação. Esta missão de formar 1000 docentes com curso de mestrado e
Doutorado é, realmente, algo fantástico.
Posso
dizer, Irmão Norberto, com um pouco de inveja, porque tenho a oportunidade,
hoje, de ser Diretor de uma instituição de ensino superior e sei a dificuldade
que é forjar docentes em titulação de Mestrado e Doutorado; o custo que tem,
mas também o benefício que isso traz, não só para a instituição, mas para toda
a população discente e docente, porque o ato de ensinar é uma troca, é um
intercâmbio, e quem lucra com isso é a população.
O
Ver. João Carlos Nedel foi muito feliz, quando falou que a PUC é uma
instituição cristã, e essa é a espinha dorsal, porque se não fosse isso não
teria razão de a PUC existir, e essa foi a origem da formação dos Irmãos
Maristas. Eu trabalhei vinte anos numa instituição Lassalista, e nós sabemos
dessa busca constante dos Irmãos em função do ensino, e quem trabalha com
ensino sabe que isso é algo gratificante. É algo inigualável o ato de ensinar,
de trocar, isso é algo maravilhoso e não tem preço nem se quantifica. É algo
prazeroso, que gratifica no seu dia-a-dia, quando passamos em qualquer segmento
e nos deparamos com um aluno, que faz questão de dizer: eu fui aluno da PUC, ou
de uma outra instituição, porque a pessoa está identificada, porque muitas
vezes, ao fazer o seu Curso Superior ele tem divergências, mas quando sai ele
“veste aquela camiseta” para sempre, porque aquilo é algo que ele recebeu, e
esse é o grande mérito da educação: trabalhar com o ser humano e na sua
formação.
Parabéns
à PUC, e hoje não é só a Câmara Municipal que a homenageia, mas tenho certeza
que é algo maior: é Porto Alegre, é o Rio Grande do Sul e o Brasil. Vida longa
à jovem PUC, que completa 50 anos, com os seus 23 mil alunos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença do Ver. João Dib.
Lembro a todos os presentes desta Sessão Solene que amanhã, na Sessão Ordinária,
vamos votar um Projeto de Lei, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina: Rua Irmãos Maristas um logradouro no Bairro Rubem Berta, e, com
certeza, devemos estar aprovando, aqui, esse Projeto do Ver. Carlos Nedel.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em nome da Bancada do PFL.
O SR. REGINALDO PUJOL: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Em verdade, nós temos uma situação um tanto quanto desfavorável
neste momento. Vimos suceder na tribuna uma série de oradores que, por todos os
méritos, encerravam as melhores condições para abrilhantar esta Sessão Solene
de homenagem a nossa gloriosa PUC no seu cinqüentenário. Suceder na tribuna aos
Vereadores Adeli Sell, Nereu D’Ávila, João Carlos Nedel, Carlos Garcia e ao
Ver. Antonio Hohlfeldt proponente desta Sessão Solene é no mínimo uma ousadia.
Os colegas Vereadores já ouviram, em outras oportunidades, eu dizer que a
ousadia tem sido uma marca de nossa existência, porque o próprio ato de sermos
o único representante liberal nesta Casa, Irmão Mainard, já é por si só uma
ousadia.
Eu
não poderia calar neste momento, eu até confidenciava ao Ver. Antonio
Hohlfeldt, quando os oradores falavam da tribuna, que estava maravilhado com
vários enfoques que essa homenagem propicia e, paulatinamente, fui me
transportando no tempo, Irmão Élvio, e, Irmão Faustino, eu me vi batendo em sua
porta, provavelmente para pedir a suspensão da punição que esse seu malcriado
discípulo houvesse ocasionado. Senti vontade de solicitar ao Irmão Norberto que
conseguisse, com seu toque mágico de grande administrador, uma fórmula para que
pudéssemos voltar no tempo, porque eu gostaria de sofrer de novo no vestibular
de 1965, de palmilhar os caminhos da Praça Dona Sebastiana, ver o ruído do
Bonde Independência e, quem sabe, do Bonde Petrópolis, quando fazia a curva
acidentada, eu queria conviver de novo com aqueles jovens, recuperar o tempo
que se foi e voltar a minha juventude. É por isso que não posso, mesmo temendo
a ousadia exagerada de substituir tão insignes tribunos, deixar de, em nome de
meu partido, o Partido da Frente Liberal, vir à tribuna neste momento.
Eu,
até em tom de blague, logo depois que vi a referência de que concomitantemente
com o cinqüentenário da PUC, hoje se registrava os cinqüenta anos de fabricação
da Coca-Cola no País, quem sabe é para repetir aquele slogan comercial de que
igual a uma Coca-Cola só outra Coca-Cola, igual a uma PUC só outra PUC. Logo
depois pensei que isso não seria possível, a PUC, pelo menos a minha PUC, a PUC
das minhas emoções, não pode ser repetida, não pode ser clonada. É toda uma
história que vem de muito tempo, que foi construída pedaço por pedaço e nessa
construção tem muito de amor, tem muito de doação. O nosso querido Irmão José
Otão, o Irmão Afonso, enfim, tem uma história de educação feita de coração
aberto, com fraternidade, com o melhor do espírito cristão porque é feito de
forma aberta para doação, para a solidariedade e para a fraternidade.
Quero
que todos me perdoem. Até sei que as minhas palavras estão desconexas nesta
hora, pode que toda postura de racionalidade que pudesse querer introduzir na
minha manifestação nesta hora tenha sido prejudicada pela emoção, mas quis
liberar o meu coração, quis deixar que aqueles sonhos que povoaram a minha
juventude pudessem, pelo menos, em alguns minutos, serem partilhados com
algumas pessoas como o Professor Bianchi, meu contemporâneo de vida acadêmica,
e como outros tantos na maioria ausentes, eis que comprometidos com outras
tarefas. Pensei, irmão Mainard que, provavelmente, hoje à noite, eu pudesse com
o Fogaça, com o Moura, com o Bado, com o Belo pedir mais um conselho ao Senhor
e buscar superar mais algumas dúvidas. Afinal de contas, esse diálogo mais
franco, esse espírito mais crítico era mais fácil de encontrar no Senhor do que
no Irmão Élvo, que era durão, fingia, escondia, através de uma falsa proteção,
aquele imenso coração que sempre lhe caracterizou. Então, hoje vai ser uma
noite de sonhos.
Diz
o cancioneiro popular que recordar é viver e, Ver. Antonio, se V. Ex.ª tivesse feito um compromisso comigo de me
propiciar um dia de reencontro com os meus sonhos e com a minha juventude, V.
Ex.ª não poderia ter sido mais eficiente do que foi. Hoje eu revivi, voltei no
tempo e voltei para reafirmar que todo esse tempo transcorrido não foi
suficiente para desviar a nossa PUC do seu real objetivo. Ela continua sendo o
grande laboratório social, onde jovens de todas as idades buscam, ciclicamente,
a cultura, o ensinamento, a preparação profissional e, sobretudo, a forma pela
qual saímos a viver pelo mundo com grandeza e com largueza de espírito, porque
alguém já disse, - e não me perguntem quem, pois sou incapaz de recordar, - que
se faz, no mundo, em todos os pontos, escolas e mais escolas e não surgiu
nenhum sábio ainda para fazer a escola da felicidade. Esse cidadão, para todo o
universo, está certo, para mim, está equivocado: eu encontrei a minha escola da
felicidade, eu fui, de 1965 a 1969, um jovem feliz da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra
pela Bancada do PPS.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) A nostálgica lembrança da Praça Dom
Sebastião, nos idos de 1950, quando eu cheguei a Porto Alegre, com a cética
figura do Irmão José Otão, nos impõe refletirmos sobre a trajetória desta
Entidade que orgulha Porto Alegre.
Sou
oriundo de uma vertente partidária que prioriza o ensino público, em todos os
seus níveis. Mas nós não nos sentimos infensos à existência de entidades de
caráter particular que possam produzir os mesmos efeitos que a entidade
pública, e nesse caso está a PUC, como estão outras universidades de ordem
confessional. Tudo o que diga respeito à propagação do conhecimento, à difusão
da cultura, à propulsão da ciência, da pesquisa, à emulação da arte, tudo isso
é humano e tudo isso nos diz respeito, e nós devemos acentuar o trabalho das
entidades que se dedicam a esse mister. Por isso a existência da PUC em Porto
Alegre nesses cinqüenta anos é altamente edificante, porque ela contribuiu para
disseminar educação, conhecimento, cultura, arte, ciência a um sem-número de
habitantes desta Cidade que, ao longo do tempo, vieram a se constituir em
figuras importantes para a sociedade. E isso tudo sob uma ótica muito
importante, para nós principalmente: um amplo espírito democrático.
Nos
meus tempos de dirigente estudantil tive a oportunidade de dialogar muitas
vezes com o Irmão Otão, que era o Reitor da PUC, com outros irmãos maristas que
eram diretores das diversas faculdades da PUC a respeito dos pleitos
estudantis. Eu era Presidente da União Estadual de Estudantes e, naturalmente,
a PUC tinha a sua parcela de contribuição nesse movimento, e como tal, muitas
vezes, tivemos que dirimir algumas controvérsias em nível de entidades
estudantis universitárias. Mas sempre encontrei nesses diálogos a melhor
acolhida e a maior boa vontade, sobretudo o alto espírito democrático que não
me canso de ressaltar. A PUC entendeu a modificação que se processou na vida,
digo vida no sentido genérico.
Hoje
a PUC está integrada na sociedade porto-alegrense como um elemento essencial,
entendendo essas transformações e, sobretudo, as praticando. Essa é a contribuição
que a PUC dá à nossa sociedade e ao sentido universal da palavra universidade.
Por isso, nesses 50 anos da PUC, quero me congratular com todos os que passaram
pela entidade, velhos professores que eu ainda os vejo aqui, Irmão Faustino,
por exemplo, Irmão Elvo, Irmão Mainard e outros professores daquele tempo que
foram daqui, que começaram em outras plagas. Hoje a PUC é um símbolo de Porto
Alegre, adquiriu a cidadania, por isso a justeza dessa homenagem pedida pelo
Ver. Antonio Hohlfeldt. Nós, Vereadores de Porto Alegre, temos o máximo
respeito e o sentido dignificante de homenagearmos a PUC nesses seus primeiros
50 anos. Oxalá que ela possa continuar existindo com o mesmo espírito,
acompanhando a modificação dos nossos tempos. Parabéns. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Casa fez-se representar pelos seus
melhores oradores, temos outros grandes oradores que não falaram nesta
homenagem, mas todos os oradores que passaram pela tribuna representaram muito
bem o pensamento da nossa Câmara de Vereadores. Para nós, Vereadores de Porto
Alegre, que pertencemos a esta instituição, que representamos a sociedade
porto-alegrense, agora, nós que estamos aqui para prestarmos essa homenagem, de
acordo com o Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt, pela passagem dos 50 anos
de existência da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, nós
agora também vamos ser homenageados porque, na medida em que solicitamos ao
Irmão Norberto Francisco Rauch que ocupe a nossa tribuna, é uma homenagem que
nós, aqui da Câmara de Vereadores estaremos recebendo nestes 50 anos da
Pontifícia Universidade Católica.
O
Irmão Norberto Francisco Rauch está com a palavra.
O IRMÃO NORBERTO FRANCISCO RAUCH: Exmo. Sr. Presidente da Câmara de
Vereadores, Ver. Luiz Braz, demais autoridades da Mesa, já nominadas, nobres
Vereadores, integrantes da grande comunidade universitária da PUC,
Pró-Reitores, Diretores, Coordenadores, Professores, Estudantes, meus Senhores
e minhas Senhoras.
Nós
todos sabemos que a Câmara Municipal representa a população toda do Município.
Nesse sentido, a homenagem que a PUC está recebendo nesta hora representa para
nós, realmente, a homenagem do povo de Porto Alegre. Nas minhas palavras, não
digo que farei uma prestação de contas que bem merecem os Srs. Vereadores, a
população de Porto Alegre, mas pelo menos procurarei interpretar os principais
acontecimentos que se deram ao longo de 50 anos.(Lê.)
“Meus
Senhores e minhas Senhoras. Na condição de Reitor e representante da grande
comunidade da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, cabe-me
expressar o profundo reconhecimento à nobre Câmara de Vereadores de Porto
Alegre pela homenagem ora prestada, alusiva aos 50 anos de Universidade. Nosso
particular agradecimento ao Sr. Presidente Luiz Braz e ao Ver. Antonio
Hohlfeldt, proponente desse pleito, bem como quisera, nesta hora, agradecer,
também, de modo muito particular, todas as palavras expressas pelos Vereadores
Adeli Sell, Nereu D’Ávila, João Carlos Nedel, Carlos Alberto Garcia, Reginaldo
Pujol e Lauro Hagemann.
A
frondosa árvore que é hoje a PUC do Rio Grande do Sul brotou de pequena
semente: o Curso Superior de Administração e Finanças, criado pelo Irmão Afonso
e seus companheiros, em 1931 em atendimento ao pedido de doze jovens que
acabavam o curso secundário de Contador. Desejosos de prosseguir estudos
superiores em sua área de conhecimento, não tinham como fazê-lo pela total
inexistência dos mesmos. O Curso de Administração e Finanças deu origem à
Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas.
A
Instituição nasceu, pois, como resposta a um apelo de jovens e em vista de uma
necessidade social. Esse espírito marcou e continua a inspirar todos os passos
de sua história.
Novas
necessidades sociais geraram novas respostas e assim se criaram sucessivamente
a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em 1940, a Escola de Serviço
Social, em 1945, e a Faculdade de Direito, em 1947.
Estavam,
assim, atendidas as exigências legais para ser Universidade. Sua concretização
se deu pelo Decreto Presidencial de Reconhecimento nº 25.794 de 09 de novembro
de 1948. Pelo mesmo, as Faculdades Católicas se transformaram na Universidade
Católica, dois anos mais tarde, em 1950, agraciada com o título de Pontifícia.
De
forma muito breve, esta é a gênese da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul, ou, simplesmente, PUCRS.
Tudo
se passava no centro da cidade, na Av. Independência esquina Praça D.
Sebastião, como vários Vereadores expressaram os seus sentimentos de saudade,
nas instalações hoje ocupadas pelo colégio N. Sa. do Rosário. Em 1948, a
Universidade tinha 831 alunos. Seu constante crescimento exigia novos espaços
físicos. Tomou-se a decisão histórica de construir um Campus Universitário no
Bairro Partenon, na época considerado muito longe do centro ou, na expressão
popular, fora da Cidade, de difícil acesso, pois a Av. Ipiranga ainda não
existia. Em 1957, lançou-se a pedra fundamental do primeiro prédio do Campus -
a Faculdade de Odontologia - inaugurado em 1962. As transferências dos cursos e
das atividades para a nova cidade universitária foram gradativas,
completando-se no início de 1968, ano em que também foi inaugurado o Campus,
contando, então, com 50 mil metros quadrados de área construída. Hoje, a área
edificada nesse Campus se eleva a 255 mil metros quadrados num terreno de 41
hectares de extensão.
Levaria
demasiado tempo descrever toda a infra-estrutura de apoio ao desenvolvimento
das atividades acadêmicas. Entretanto, permitam-me destacar o grande e moderno
Hospital Universitário, o Centro de Eventos e o Museu de Ciências e Tecnologia
a ser inaugurado em 14 de dezembro próximo e que se constituirá em importante
ponto de atração em nossa Cidade de Porto Alegre.
As
pesquisas na Universidade vêm crescendo de forma acelerada. O anuário de 1997
registra 1.183 projetos, dos quais 713 estavam em andamento e 470 foram
concluídos ao longo daquele ano.
A
base primeira de toda a boa universidade é o seu corpo docente qualificado e
titulado. Aos olhos do público aparecem mais os edifícios e a urbanização do
Campus, mas, na verdade, desde uma década, o programa mais importante e de
maior investimento e retorno é a qualificação e titulação do corpo docente. Em
busca da meta de mil Mestres e Doutores para o ano 2000, já atingimos hoje 951
titulados, e 503 estão em programas de treinamento no exterior ou nas
principais universidades brasileiras. Nos próximos dois a três anos, mais de
200 novos Doutores retornarão ao quadro docente. Esse programa, nos últimos dez
anos, representou um investimento da própria Universidade superior a 50 milhões
de reais sem contar os importantes apoios da CAPES, CNPq e FAPERGS.
Senhoras
e senhores, meus nobres Vereadores, para colher é preciso semear. Nenhuma
universidade é melhor do que o seu corpo docente. Um professorado excelente é
condição indispensável para uma instituição excelente. E hoje não basta ser
universidade, é preciso ser universidade com qualidade.
Por
sua própria natureza de instituição católica, como bem frisava o Ver. João
Carlos Nedel, filantrópica e comunitária, a PUC tem especial preocupação com a
formação do cidadão, do cidadão solidário, marca predominante da prática do
próprio cristianismo. Uma das marcas é o envolvimento em programas e projetos
de extensão voltados à população mais carente.
Esta
Pontifícia escreveu uma de suas mais gloriosas páginas durante os 18 anos de
atuação no Alto Solimões, no Amazonas, no Projeto Rondon, através de programas
de saúde preventiva e curativa, educação, serviço social, agronomia,
veterinária, engenharia e outros que deram frutos preciosos em prol da melhoria
da qualidade de vida daquelas populações. Limito-me em destacar que os índios
Ticunas daquela região em fase de decréscimo populacional, muito sério, eram 10
mil no início do nosso programa e no término do nosso programa já eram mais de
20 mil.
Entretanto,
não precisamos ir tão longe para realizar o bem: aqui mesmo, nos dias de hoje
temos inúmeros programas sociais: Assistência Judiciária Gratuita, SAJU;
atendimento odontológico e psicológico à população de baixa renda; atendimento
multidisciplinar à população de Vila Fátima; Projeto Litoral; Projeto
Universidade Solidária; Projeto Alfabetização; Projeto Solidariedade; Hospital
Universitário, etc. Sobretudo a preocupação da consciência social para os
nossos futuros profissionais.
Em
relação aos seus estudantes, a Pontifícia mantém importante programa próprio de
Crédito Educativo para 3 mil e 937 alunos, além dos 1 mil e 379 do CREDUC, 178
do PROCRED do Governo Estadual, 23 do PROAR, também da Pontifícia para o curso
especial de Ciências Aeronáuticas, monitorias, bolsas de iniciação científica e
432 bolsas de Pós-Graduação da CAPES e do CNPq.
Um
quarto dos estudantes têm alguma forma de auxílio para os seus estudos e todos
contam com o seguro-educação.
Professores
e Funcionários, além das boas condições de trabalho, têm à disposição Plano de
Saúde UNIMED e Plano de Aposentadoria Complementar. A Instituição se preocupa,
pois, com a qualidade de vida e as necessidades sociais de sua própria
população.
Nos
seus anos de existência a PUC do Rio Grande do Sul diplomou 96 mil e 115
profissionais de nível superior. Em programas mais recentes conferiu 2 mil e
021 Diplomas de Mestre e 188 de Doutor.
Hoje
24 mil e 183 estudantes freqüentam os seus cursos, sendo 22 mil e 132 na
Graduação e 2 mil e 051 na Pós-Graduação.
O
Hospital Universitário com 563 leitos atende 300 mil consultas ambulatoriais
anuais e realiza 26 mil internações hospitalares.
Em
breves palavras, Srs. Vereadores, eis como a PUC do Rio Grande do Sul cumpre
com o seu “Compromisso com a Comunidade”.
O
processo educacional tem uma dimensão política: a formação da cidadania. A
Instituição Educacional deve estar aberta ao pluralismo das idéias sem assumir
conotação partidária, ela mesma.
A
Comissão Jacques Delors, em “Educação, um tesouro a descobrir”, relatório para
a UNESCO, 1996, expressa uma quádrupla finalidade da educação:
aprender a conhecer,
aprender a fazer,
aprender a ser e
aprender a conviver.
Em
última análise, trata-se de alcançar a educação integral da pessoa humana.
Enquanto
no Brasil nos debatemos com o problema da universalização do ensino
fundamental, os países mais ricos já pensam na universalização do ensino
superior. Enquanto àqueles já alcançam 70% de freqüência universitária dos
jovens na faixa dos dezessete aos vinte e quatro anos, no Brasil, estamos
apenas com 12%. Isso nos mostra a dimensão do desafio, um desafio decisivo,
pois a moeda do Século XXI será o conhecimento.
Há
pontos de consenso nos debates internacionais sobre a educação, e não são
muitos. Limito-me a três, possivelmente os mais importantes:
1º
- A educação é a prioridade número um
para o próximo século.
2º
- A educação é o pilar fundamental para a democracia, os direitos humanos, o
desenvolvimento sustentável e a paz.
3º
- É preciso aprender ao longo de toda a vida.
Senhoras
e senhores, meus nobres Vereadores, o tema é realmente apaixonante e ilimitado,
mas o tempo obriga-me a parar.
Procurei
mostrar um pouco do muito que se fez e se continua a fazer na Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Talvez seja uma gota apenas no
imenso oceano das necessidades, mas é uma gota preciosa e importante.
Este
meio século de existência da PUC foi permeado de sombras e luzes, sofrimentos e
alegrias, erros e acertos. O saldo positivo em muito prevalece sobre o
negativo.
Cabe
a expressão de nossa gratidão a Deus, a Na. Senhora e a todos quantos que, de
alguma forma, contribuíram para a concretização desta importante obra de
educação superior.
Nomes
ilustres como Armando Pereira da Câmara, Irmão José Otão, Irmão Liberato,
Francisco Juruena, Irmão Faustino João, Irmão Elvo, enfim, toda a plêiade de
professores e funcionários deixam um exemplo dignificante. Muito foi realizado,
mas grandes desafios e planos há pela frente no caminho a palmilhar rumo ao
centenário. O essencial é que cada geração cumpra a sua missão.
Vejo
o futuro da Universidade com muita confiança e tranqüilidade. Com certeza ela
tem todas as condições humanas e materiais para um futuro brilhante. Porto
Alegre certamente terá muitas alegrias e uma grande e constante contribuição da
Pontifícia Universidade que tem um compromisso com a comunidade”. Muito
obrigado pela homenagem.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos ao Ver. Antonio Hohlfeldt
pela oportunidade que ele deu a esta Casa de homenagearmos a Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul pela passagem dos seus cinqüenta
anos de existência. Cumprimento a Mesa Diretora que acatou a solicitação do
Ver. Antonio Hohlfeldt e também a todos os Vereadores desta Casa que juntos
chegaram à conclusão de que esta Casa seria honrada com esta homenagem que
prestamos, aqui, na Câmara Municipal.
Agradecemos
a todos os Senhores que vieram até aqui para que, juntos, pudéssemos homenagear
essa grande Instituição. Agradeço pela honra de estar aqui ao lado do Reitor
Norberto Francisco Rauch. Esta homenagem que esta Câmara faz em nome da Cidade,
ela se orgulha de proceder assim, porque estamos homenageando uma Universidade
Como
já falou da tribuna, o Irmão Norberto Francisco Rauch, Reitor da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, começamos a viver a era do
conhecimento e é exatamente a universidade uma das sedes maiores do
conhecimento e é para lá que os nossos jovens e filhos são carreados para que
este conhecimento, que eles ganham, possa servir de base para que eles possam
se dirigir para os lugares de sucesso em suas vidas.
Em
nome desta sociedade, só podemos agradecer o grande trabalho que os senhores da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul fazem. Muito obrigado em
nome de toda a Cidade.
Para
encerrarmos esta Sessão, que foi muito bonita e contou com a presença de
pessoas tão importantes como os senhores e as senhoras.
Convido
a todos para, em pé, cantarmos o Hino
Rio-Grandense.
(Executa-se
o Hino Rio-Grandense.)
Agradecendo
a presença de todos e damos por encerrados os trabalhos da presente Sessão
Solene.
(Encerra-se
a Sessão às 17h12min.)
* * * * *